sábado, 19 de março de 2016

Ódio cego contra Lula, dos magistrados que dirigem a Lava Jato

A sanha persecutória contra o ex-presidente Lula é algo inimaginável num Estado de Direito. A operação Lava Jato poderia constituir um marco histórico para o Brasil no combate à corrupção e na regeneração do apodrecido sistema político brasileiro, se os magistrados que a dirigem, com o Juiz Moro à cabeça, agissem com total imparcialidade, serenidade, discrição e isonomia.
Mas o ódio a Lula, ou ao que ele representa, é de tal ordem, que as investigações passaram a ser feitas como se de uma novela da Globo se tratasse. Com capítulos, diários transmitidos em direto, e retransmitidos pela mesma Globo em horário nobre, capítulos esses em que todo o enredo se processa como uma bola de neve, num novelo de suspeições em cima de suspeições, sem provas materiais palpáveis.
Ora, só por estultícia é que se pode pensar levar avante, com êxito, um trabalho de erradicação da corrupção sistémica e cultural que afecta o Brasil, centrando todo esse combate num único alvo, o ex-presidente Lula.
Assim sendo, a operação poderá prender e impedir um actor político importante, quiçá o mais importante das ultimas décadas, de voltar a infringir a legalidade, caso ele o tenha feito, mas ficará toda a imensa parte invisível desse gigantesco "ice-berg" intocável.
Para quem quer eliminar Lula, varrendo com total impudência a esquerda do mapa político do País a acção é quase perfeita. Mas para quem pensava que o objectivo era dar um golpe mortal na corrupção é uma profunda decepção. O cinismo e o facto dos magistrados preferirem ser "players" de uma estratégia política, a serem intrépidos e escrupulosos actores da busca da verdade e só da verdade, comprometerá definitivamente o sucesso desta operação.
Lula poderá ser preso, mas metade do Brasil verá na prisão, o martírio de um dos seus heróis. A indignação será de tal ordem, que nunca mais o Brasil será um País unido para enfrentar os gigantescos desafios que tem pela frente.
A parcialidade e a falta de senso comum dos magistrados chegou a tal ponto de descrédito, que mesmo que venham a surgir provas materiais evidentes de prevaricação por parte de Lula, uma parte substancial da população vai sempre achar que as provas foram manipuladas para se proceder à execução política sumária de Luis Inácio Lula da Silva.

Sem comentários:

Enviar um comentário