sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Socialistas espanhóis e portugueses perante os mesmos dilemas

Quando António Costa perdeu as últimas legislativas com um resultado decepcionante, ficou sujeito a um terrível dilema: ou deixava passar o governo da direita e o PS seria completamente triturado em próximas eleições, perdendo a maioria do seu eleitorado para o Bloco de Esquerda e para o PCP, ou tentaria formar um governo à esquerda, de cujo hipotético sucesso dependerá a vida do PS. Mais do que lutar pela sua sobrevivência política, lutou pela sobrevivência do Partido Socialista; aliás as duas sobrevivências estavam intima e inseparavelmente ligadas.
O problema espanhol tem a mesma natureza, ou Sanchez impede um governo da direita e forma o governo possível, dando uma ultima chance e fôlego à sua vida política e do PSOE, ou , após a proposta inteligente do Podemos (réplica da do Bloco de Esquerda a Costa), com ou sem novas eleições, veria o seu eleitorado emigrar para o "Podemos" à esquerda e "Ciudadanos" ao centro, morrendo os dois  - Sanchez e PSOE - politicamente, com uma hemorragia interna insusceptível de ser estancada. A receita portuguesa de Costa é o único salva-vidas para os socialistas espanhóis e para o seu líder.

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