quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Já cheira a novas eleições; a água nunca se pode misturar com o azeite.

Triste o episódio dado hoje pelos partidos populistas, PCP, BE e CDS/PP, ao votarem contra a proposta de orçamento retificativo apresentada pelo governo. Como partido populista que é, o CDS/PCP não tem ponta de vergonha: co-responsável que é, pela criminosa gestão do caso Banif, tentou hoje sacudir a água do capote, votando contra, com uma argumentação canalha.
O PC e o Bloco não conseguem deixar de ter como prioridade as suas agendas partidárias, que por mais românticas que sejam, são incompatíveis com as nossas responsabilidades europeias. Nada aprenderam com o Siriza e com a Grécia, e insistem numa via que a ser seguida, por mais melodiosa que seja a sua apresentação, nos conduziria ao descarrilamento, que obrigou os gregos, em dose única, a terem que engolir todo o referendo, e a ficarem numa situação mais critica e difícil.
Este governo nasceu pois, com um pecado original: acreditar na alquimia da mistura da água com o azeite, mas quando PCP e BE desafiaram o PS a formar governo, acreditei que pudessem manter em letargo, por algum tempo, as suas agendas ideológicas, em nome da governabilidade do governo recém-empossado. Mas o objetivo prioritário do PCP é voltar a ultrapassar em votos o Bloco, que por sua vez tem como objetivo vir a ultrapassar o PS e ser o referente da esquerda portuguesa. Por isso, não há governabilidade que resista a estes impulsos que advém da natureza de cada um destes partidos. PCP e Bloco são leais aos seus objetivos, não aos seus aliados. Eleições anunciam-se!

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