Adoro o Brasil, um país idílico, maravilhoso, mas ás vezes é difícil, para um português que gosta de estar informado, lê jornais e ouve notícias, estar neste paraíso. O Brasil tem a pior classe política e as piores elites do mundo, mergulhadas na corrupção mais profunda e endémica, no fisiologismo, no oportunismo e na superficialidade.
Sempre que há uma crise politica, económica, financeira, um escândalo de corrupção, uma qualquer safadeza, vigarice ou aldrabice cromossomáticas, logo aparecem editoriais nos jornais, ou artigos subscritos por intelectuais, a responsabilizarem os portugueses por todos esses desmandos.
Como qualquer potencia colonizadora, cometeram-se erros, alguns graves, durante a nossa presença nessa "colónia", mas há uma herança enorme que lá deixamos que redime e apaga todos esses erros: - deixamos um subcontinente gigantesco, unido num só estado e com uma única língua. Outros colonizadores deixaram o território que ocuparam, dividido numa plêiade de países, muitas vezes conflituantes e beligerantes entre si. Cometeram-se alguns crimes, como a escravatura e outros, que, á luz de hoje, constituiriam violações graves de direitos humanos, mas não chacinamos populações indígenas inteiras, como fizeram os espanhóis com os "aztecas".
Mas, agora, apareceu Lula, numa conferência em Madrid responsabilizando os portugueses pela péssima qualidade do sistema de ensino brasileiro. Dizendo que não criamos universidades, o que nem é verdade, porque criamos inúmeras instituições de ensino superior, com outras designações.
Mas é mais fácil procurar bodes expiatórios do que assumir as nossas próprias responsabilidades.
Porque não assume Lula que o que a classe política e as elites brasileiras roubaram, desde que os portugueses saíram do Brasil tinha dado para um investimento maciço na educação e na criação de centenas de universidades, podendo com esse dinheiro roubado ter o Brasil um dos melhores sistemas de ensino do mundo?
Começa a não haver pachorra para este alijar de responsabilidades próprias, responsabilizando os portugueses, que já saíram do Brasil há seculos.
Invistam o que roubaram e roubam em escolas e universidades e poderão ter um sistema de ensino de primeiro mundo, e não de terceiro mundo, como hoje acontece.
Sem comentários:
Enviar um comentário